Quem faz uma leitura superficial de Michel Teló pode pensar que ele começou sua carreira com a música “Ai Se Eu Te Pego”. Não que não haja motivos para isso, por conta da repercussão mundial que o hit teve. Mas Michel está na estrada, cantando, tocando e fazendo sucesso há duas décadas. O cantor, nascido em Medianeira, Paraná, começou cedo. Logo aos seis anos, em 1987, se apresentou pela primeira vez, na escola, interpretando Roberto e Erasmo Carlos.
Os pais viram ali a chama acender, e aos dez anos, quando morava em Campo Grande (MS), ganhou seu primeiro acordeão.
Dois anos depois, incentivado pelos amigos dos pais e vizinhos, criou o grupo Guri. Ainda nessa época, Michel estudou piano, acordeão e violão. E em quatro anos estava como líder do Grupo Tradição, onde gastou muita sola de sapatos e unhas no violão se apresentando em bailes. Foi assim que desenvolveu seu termômetro pop e seu feeling para o que tem potencial de sucesso. Foram 11 anos com o grupo até a decisão de sair, de forma muito amigável, e começar a carreira com seu próprio nome. No ano seguinte, em 2009, lançou o primeiro trabalho solo, “Balada Sertaneja”, de onde saíram os hits “Ei, Psiu! Beijo, me Liga” e “Amanhã Sei Lá”.
Um ano depois ampliou o alcance de seus sucessos sertanejos com pegada pop, rock e dançante com o disco “Michel Teló Ao Vivo”. Então veio 2011 e tudo foi elevado à décima potência, tanto para Michel como para a música brasileira.
Na metade do ano saiu o trabalho “Michel na Balada”. A primeira música e single foi “Ai Se Eu te Pego”. Basta dizer que em um ano foram vendidas 16 milhões de cópias do single e, desde então, o videoclipe oficial da música é assistido por quase sete dígitos de pessoas por dia (cerca de 800 mil visualizações diariamente. Só do clipe oficial, contanto apenas o Youtube).
A música foi primeiro lugar em… (pode preencher o país que quiser, e será difícil errar). Alcançou o topo da parada em Israel, Itália, Austria, Bélgica, Bulgária, França, República Tcheca, Alemanha, Holanda, Espanha, na América Latina inteira, e por aí vai. Fez 240 shows em 2011. Outros 220 em 2012, quatro indicações ao Grammy, sete indicações ao prêmio Billboard, e foi o primeiro brasileiro a entrar no top 100 da Billboard desde Sergio Mendes, que conseguiu nos anos 1960.
Em 2013 Teló continuou seu trabalho dando sequência ao desbravamento mundial do sertanejo com o CD e DVD “Na Balada – Sunset”, gravado em shows realizados em praias brasileiras. Com este trabalho, Michel deu prioridade ao mercado brasileiro e aproveitou o ano para lançar clipe das músicas de trabalho “Maria” e “Levemente Alterado”. Também no ano de 2013, Michel conquistou duas categorias no prêmio Billboard Latin Music Awards (‘Melhor Música do Ano’ e ‘Melhor Música Pop’, pela canção famosa no mundo todo “Ai Se Eu Te Pego”). O ano de 2014 começou com um pé na estrada. Nos dois primeiros meses do ano, Teló levou o “Na Balada – Sunset” para Paris, Oslo, Bruxelas e Ilhas Maldivas. Além de dar continuidade a turnê em 2014, Michel passou a se dedicar a gravação do seu mais novo projeto: “Bem Sertanejo”. O trabalho conta a história da música sertaneja, através de entrevistas e bate-papo com várias duplas e artistas sertanejos. E o que era um projeto pessoal, virou quadro do Fantástico e será exibido toda semana, a partir do dia 20 de julho e será lançado também em DVD. Michel já se prepara para lançar um novo disco de inéditas.
Revista Tempos Modernos: O público brasileiro é conhecido por ser receptivo. Com o sucesso de Ai Se Eu Te Pego, você teve oportunidade de conhecer outros países. Agora que você tem essa experiência no exterior, o que sentiu de diferença?
Michel Teló: Não senti muita diferença nesse ponto. Foi muito bem recebido em todos os países por onde passei, vi minha música sendo cantada em português e a maioria das pessoas cantando as outras músicas também. Por onde eu passava era muito bem tratado, as pessoas paravam para tirar fotos, pedir autógrafos. Lotaram os shows e fomos muito bem tratados por todos. Acho que os brasileiros são muito queridos.
Revista Tempos Modernos: Outras duplas sempre cantam as suas músicas nos seus shows. Como você vê isso?
Michel Teló: Acho ótimo. Eu também canto musicas de outros artistas, outras duplas, até músicas de fora do Brasil.
Revista Tempos Modernos: Quais são os seus ídolos, você se inspira em quem?
Michel Teló: São muitos. Sempre disse que admiro demais a dupla Chitãozinho e Xororó, o modo como construíram a carreira, como cuidaram de suas imagens, como recebem e tratam os fãs e como ajudaram a música sertaneja a chegar no patamar que ela está hoje. Admiro também o Roberto Carlos, também por sua postura profissional e pela pessoa que é.
Revista Tempos Modernos: Como você faz para proteger a sua vida pessoal?
Michel Teló: Procuro não expor muito minha vida pessoal, sou reservado, gosto de ficar em casa nos momentos de folga.
Revista Tempos Modernos: Você já se acostumou com essa rotina doida, de shows? Chega a dormir quantas horas por noite?
Michel Teló: A gente acostuma, né!? Em 2012 com o sucesso do Ai Se Eu Te Pego foram entre 230 e 240 shows no ano. Muita coisa. Conhecia muitos países, viajamos muito, e a rotina foi puxada. Mas foi muito bom. Agora estamos com a agenda um pouco menor, mais ainda com a rotina corrida. São cerca de 180 a 190 shows por ano e quando tenho folga procuro descansar, ficar em casa, curtir minha família.
Revista Tempos Modernos: Como está a carreira internacional?
Michel Teló: Está ótima. Depois de Ai Se Eu Te Pego, lançamos o DVD “Sunset” e priorizamos o mercado brasileiro. O Brasil é muito grande, tem dimensões continentais, e queria muito levar meu show para todos os cantos do Brasil. Mas, claro, que o mercado internacional continua em vista, fizemos alguns shows na Europa ano passado. Em breve vamos pensar em uma turnê de novo para fora do Brasil.
Revista Tempos Modernos: Muito Obrigado pelas respostas e pra finalizar, deixe um recado para os leitores da Tempos Modernos.
Michel Teló: Oi turma, espero encontrar vocês em alguns dos nossos shows pelo Brasil. Obrigada pelo carinho de sempre.